As expressões faciais e corporais são marcantes e vivas. É como se a fotografia ganhasse vida através do pincel e da tinta. Assim é a pintura impressionista de Theo Felizzola. Gaúcho de Porto Alegre, ele foi despertado para a arte bem cedo. “Aos meus quatro anos, minha mãe me mostrou rabiscos do meu avô falecido. Ele era arquiteto e tinha um belíssimo traço figurativo. Desde então, tive o olhar encantado para o poder criativo do lápis e papel nas mãos de um mestre”, conta.

Naturalmente, os estudos o levaram para a área visual, se formando em Comunicação Digital pela Unisinos, depois em Ilustração Tradicional pela Academy of Art University, de San Francisco, onde também concluiu um mestrado em Artes Plásticas. Depois de viver por sete anos na Califórnia, participou de um programa de verão na Itália, elaborando pinturas de paisagens. John Singer Sargeant, William Bouguereau, Monet, Zhaoming Wu, Zin Lim, Jeremy Lipking e Richard Schmid estão entre alguns dos muitos artistas com viés impressionista/clássico que admira. É a partir da sua grande apreciação pela linguagem mais clássica que Felizzola encontra abertura às ilimitadas possibilidades do pensamento contemporâneo, o qual traduz em suas obras utilizando, principalmente, tinta óleo sobre tela ou painel.

Dividindo-se entre encomendas e exposições, o artista segue o método Alla Prima, tipo de pintura direta, sem muitas camadas ou espera por secagem. A reprodução é tanto de pessoas desconhecidas, interpretando imagens que chamam a atenção de Felizzola, bem como amigas e modelos contratadas para criar um acervo próprio de referências. A predominância do perfil feminino é notável, pois, de acordo com ele, o belo feminino é simplesmente entusiasmante. “A construção se baseia em luz e sombra para representar a forma. No trabalho autoral, gosto de ver esses novos seres cheios de expressão, cor e mistério, surgindo a partir de um olhar extremamente abstrato que utilizo. É essa abstração que transforma a pessoa em formas e tons diferentes, e que me permite enxergar além do óbvio e encontrar o belo na combinação entre realidade visível e possibilidades de cores, contrastes, texturas”, explica. Já os trabalhos sob encomenda são feitos com pensamento similar, mas com muito mais respeito à precisão das medidas e proporções das formas do retratado.

A experiência também com escultura lhe rendeu a participação num projeto inusitado: criar a estátua de Renato Gaúcho, treinador do Grêmio, em conjunto com o escultor Iouri Petrov e com o artista e fundidor Jamil Fraga. Agora em outubro, participa de uma coletiva na Praça Maurício Cardoso, onde estará produzindo pinturas ao vivo e interagindo com o público. Dia 6 de novembro abre a exposição individual na Gravura Galeria de Arte. Ambas em Porto Alegre. A próxima parada é em Pelotas, em dezembro, com exibição no Mucha Arte Studio.

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