Especialistas em arquitetura e Design Biofílico transformam espaços para ajudar na saúde física e emocional de médicos e equipes

Um grupo voluntário de estudos em neurociência aplicada à arquitetura se dedicou exclusivamente para melhorar o ambiente de trabalho de profissionais de saúde em um hospital em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Salas de descompressão foram transformadas com o objetivo de favorecer o bem-estar dos profissionais em meio à pandemia e às dificuldades diárias.

A ação foi coordenada pelo “NeuroArq Studies”, que é incentivado pela NeuroArq Academy (Academia Brasileira de Neurociência e Arquitetura) e reuniu especialistas nas áreas de arquitetura, urbanismo e designer de interiores para criar projetos em quatro áreas do Hospital Cristo Redentor.

Os espaços destinados para relaxamento não eram ambientes preparados para oferecer, de fato, descanso e bem-estar. Entre os locais modificados, estão a UTI, sala de emergência, ala de traumatologia e terraço de descompressão da instituição.

Para reverter esse quadro, algumas paredes brancas ganharam grafites coloridos. Outras foram preenchidas com papéis de parede com imagens de árvores e natureza. Cadeiras e poltronas também ganharam novas cores e um adesivo de sorriso foi colocado na geladeira.

Priscilla Bencke, arquiteta co-fundadora da NeuroArqAcademy, explica que as cores foram escolhidas estrategicamente porque o cérebro trabalha por associação. “Uma pessoa que sempre trabalhou num ambiente branco, o cérebro dela vai associar essa cor ao trabalho. Como queremos que se desconectem, não poderíamos manter o branco”, diz.

Para garantir ainda mais vida, o engenheiro agrônomo João Manuel Feijo, da Ecotelhado, enriqueceu o lugar com plantas em ecobags. Ele pesquisa e desenvolve sistemas com foco em infraestrutura verde e Design Biofílico. “A biofilia significa “amor à vida” e é a afinidade inata dos seres humanos com o mundo natural. A ideia foi conscientizar que a conexão com a natureza nos traz mais saúde, criatividade e disposição”, ressalta Feijó.

A arquiteta Juliana Enderle, coordenadora desse projeto de revitalização, acrescenta que elementos naturais melhoram em 15% a sensação de bem-estar das pessoas. “É o que comprova pesquisa realizada pela HumanSpaces. Por isso, foi a nossa prioridade”.

Para essa ação acontecer, cerca de 20 empresas doaram materiais e mais de 15 profissionais trabalharam de forma voluntária. Bia Rafaelli, arquiteta especialista em Design Biofílico, acredita que a missão foi cumprida. “O Design Biofílico nos possibilita projetar a partir de uma experiência benéfica com a natureza, a escolha certa de materiais e cores. Nossa expectativa é reduzir estresse e outras doenças nos profissionais que tanto contribuem com a vida. Sentimos uma enorme gratidão em ajudar com o nosso conhecimento e trabalho. Temos a certeza de que essa ação solidária gerará mais saúde a todos no hospital”.

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